Centenas de casas em ruínas com moradores e equipes de resgate caminhando entre os destroços, em Taroudant
Imagens feitas por drones mostram a dimensão dos estragos provocados pelo forte tremor de terra que aconteceu no Marrocos, na noite de sexta-feira. O terremoto foi o maior registrado em 120 anos no país e causou, até o momento, mais de duas mil mortes enquanto milhares ficaram feridos, segundo último balanço oficial.
O vídeo mostra centenas de casas em ruínas com moradores e equipes de resgate caminhando entre os destroços, em Taroudant. Em meio aos observadores, militares escavam os entulhos e tentam localizar sobreviventes ou corpos.
Na noite de sábado para domingo, milhares de marroquinos dormiram nas ruas ao relento após suas casas terem sido destruídas pelo sismo de magnitude 6,8 que atingiu o país na noite de sexta. Os vilarejos mais afetados ficam na Cordilheira do Atlas, uma remota região montanhosa onde as poucas estradas de acessos estão bloqueadas por escombros e os serviços de telefonia e eletricidade foram interrompidos. Construções a base de tijolos de barro fazem parte da arquitetura tradicional do local, um modelo altamente vulnerável a tremores e chuvas fortes.
Nas áreas rurais, que incluem a província de al-Haouz, onde se concentram cerca de metade das vítimas, os marroquinos escalam os desfiladeiros entre as casas desmoronadas para resgatar corpos de vítimas. Em algumas áreas montanhosas, a própria população tem buscado sobreviventes entre os escombros enquanto as equipes de resgate não chegam.
Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, mais de 300 mil civis que estavam na turística Marrakech, maior cidade do sul do país, e em seus arredores foram afetados pelo terremoto. "Muitas famílias estão presas sob os escombros de suas casas, e também foram relatados danos em partes da Medina de Marrakesh, um Patrimônio Mundial da Unesco", afirma em comunicado.
Surgiram relatos nas redes sociais de que alguns vilarejos na zona do terremoto ainda não haviam recebido nenhuma ajuda, dois dias após o tremor. Um homem que disse estar se voluntariando como socorrista na província de Taroudant, a sudoeste do epicentro, implorou por mais assistência em um vídeo no Instagram.
— Não temos comida nem água. Ainda há pessoas no subsolo. Algumas delas ainda estão vivas — disse ele, acrescentando: — Há alguns vilarejos que não conseguimos alcançar.
Fonte: O GLOBO
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