Dados oficiais mostram que titulares de pastas como Meio Ambiente, Mulheres e Direitos Humanos, bandeiras do petista na campanha de 2022, pouco se reuniram com presidente
Ministros ligados a temas tomados como prioritários pela campanha petista em 2022 estão entre os que menos tiveram encontros individuais ou com até três pessoas na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desde o começo do ano.
Levantamento do GLOBO com base em agendas públicas da Presidência mostra que, entre janeiro e começo de setembro, titulares de pastas como Meio Ambiente, Direitos Humanos, Igualdade Racial e Mulheres, por exemplo, foram preteridos em reuniões com o presidente, enquanto pastas como Fazenda, Defesa e Relações Exteriores — temas prioritários nesse início de governo — figuram no topo do ranking.
Os dados incluem todas as reuniões de Lula com pelo menos um titular da Esplanada, entre 1º de janeiro e 15 de setembro. Foram observados apenas eventos registrados na agenda pública que apresentaram a relação de participantes. Por vezes, a interlocução com o presidente também pode ocorrer de forma reservada, sem registro oficial, em eventos ou viagens com a comitiva do Palácio do Planalto.
No centro de discussões que envolvem Congresso e Judiciário, as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, tiveram uma e duas reuniões com Lula no Planalto, respectivamente. Marina, única integrante da Esplanada dos Ministérios a não ter encontros individuais com o petista, teve uma conversa apenas no começo de junho, na presença do ministro da Casa Civil, Rui Costa, de acordo com a agenda oficial. O período coincide com a discussão sobre a exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas, que demandaria um aval da pasta.
À época, a ministra foi alvo de críticas da base governista no Congresso por contrariar o plano de exploração desenhado pela Petrobras com aval do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que soma 11 agendas com Lula. Procurada pelo GLOBO, Marina não quis comentar.
Já Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, esteve com Lula em duas reuniões que constam na agenda da Presidência; a última foi no início de abril. Área de atuação da pasta, os direitos de povos indígenas estão no centro de um julgamento, retomado em junho pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a definição ou não de um marco temporal para a demarcação de terras indígenas.
— Causa certa estranheza ter tido poucas reuniões com Marina e Sonia Guajajara, porque envolvem temas que têm relação também com a agenda externa e com a conjuntura política do país. Podemos entender que pode haver uma certa distância entre o presidente e as ministras — avalia Cláudio Couto, professor de Ciência Política da FGV-SP.
Os dados incluem todas as reuniões de Lula com pelo menos um titular da Esplanada, entre 1º de janeiro e 15 de setembro. Foram observados apenas eventos registrados na agenda pública que apresentaram a relação de participantes. Por vezes, a interlocução com o presidente também pode ocorrer de forma reservada, sem registro oficial, em eventos ou viagens com a comitiva do Palácio do Planalto.
No centro de discussões que envolvem Congresso e Judiciário, as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, tiveram uma e duas reuniões com Lula no Planalto, respectivamente. Marina, única integrante da Esplanada dos Ministérios a não ter encontros individuais com o petista, teve uma conversa apenas no começo de junho, na presença do ministro da Casa Civil, Rui Costa, de acordo com a agenda oficial. O período coincide com a discussão sobre a exploração de petróleo na Foz do Rio Amazonas, que demandaria um aval da pasta.
À época, a ministra foi alvo de críticas da base governista no Congresso por contrariar o plano de exploração desenhado pela Petrobras com aval do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que soma 11 agendas com Lula. Procurada pelo GLOBO, Marina não quis comentar.
Já Sonia Guajajara, dos Povos Indígenas, esteve com Lula em duas reuniões que constam na agenda da Presidência; a última foi no início de abril. Área de atuação da pasta, os direitos de povos indígenas estão no centro de um julgamento, retomado em junho pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a definição ou não de um marco temporal para a demarcação de terras indígenas.
— Causa certa estranheza ter tido poucas reuniões com Marina e Sonia Guajajara, porque envolvem temas que têm relação também com a agenda externa e com a conjuntura política do país. Podemos entender que pode haver uma certa distância entre o presidente e as ministras — avalia Cláudio Couto, professor de Ciência Política da FGV-SP.
Infográfico mostra a presença de ministros na agenda oficial de Lula, de janeiro a setembro de 2023 — Foto: Editoria de Arte
Titulares de ministérios recriados na atual gestão, Silvio Almeida (Direitos Humanos), Cida Gonçalves (Mulheres) e Margareth Menezes (Cultura) tiveram entre dois e três encontros marcados na agenda da Presidência. No caso do Esporte, outra pasta recriada este ano, a ex-ministra Ana Moser teve quatro reuniões com o presidente antes de ser demitida, no início de setembro, para dar lugar ao deputado federal André Fufuca (PP-MA) — que se reuniu com Lula na última quarta-feira, quando tomou posse no cargo.
A última reunião entre Moser e Lula registrada na agenda oficial do presidente ocorreu no dia 11 de julho, quando a então ministra já balançava no cargo. No início de setembro, fora da agenda, o presidente chamou Moser ao Palácio do Planalto para informá-la de sua demissão.
Ao GLOBO, a ex-ministra relatou dificuldades para agendar reuniões com Lula e afirmou que, com o baixo número de encontros, “o presidente não teve tempo de conhecer os projetos todos que o Esporte estava entregando e prestes a entregar”. Procurado, o Planalto informou que o presidente acompanha os ministérios de diversas outras formas para além das reuniões.
Na outra ponta, ministros sediados no Palácio do Planalto e o titular da Fazenda, Fernando Haddad, foram os que tiveram mais encontros com Lula. Outro que aparece com maior frequência nas agendas é o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Na avaliação do cientista político Cláudio Couto, o cenário se explica pela prioridade dada por Lula a temas como a Reforma Tributária e o reposicionamento diplomático do Brasil.
O Ministério dos Direitos Humanos afirmou, em nota, que o chefe da pasta esteve com Lula em 15 oportunidades, entre despachos, encontros e viagens, um número “totalmente capaz” para direcionar as demandas da pasta. O Ministério da Cultura informou que a ministra foi atendida todas as vezes que solicitou agenda e que mantém Lula informado por telefonemas. Já o Ministério das Mulheres pontuou que a ministra participou de comitivas presidenciais.
Fonte: O GLOBO
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POLÍTICA