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O CEO da Latam, Jerome Cadier, criticou a decisão de limitar os voos no Santos Dumont para beneficiar o Galeão. Para ele, não cabe ao governo decidir de que aeroporto o passageiro deve voar ou para que destino determinado terminal vai oferecer voos.
- Definir que um determinado aeroporto só vai servir duas ou três ou uma cidade é tirar do cliente, do passageiro, a decisão de para onde ele quer voar. A gente precisa entender como o mundo trata a aviação. A decisão de para onde voar é do cliente -- disse em entrevista à Globonews.
Nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em viagem ao Rio, deve anunciar a edição de uma portaria que restringe as rotas a partir do aeroporto central carioca a um raio de até 400 quilômetros. Dessa forma, as operações no Santos Dumont ficarão restritas a Belo Horizonte, São Paulo (Congonhas) e, provavelmente, Vitória.
O executivo lembrou que o setor de aviação cresceu muito no Brasil a partir de 2002, quando foram implementadas a liberdade tarifária (as empresas passaram a cobrar pelo bilhete sem a necessidade de seguir um teto, estimulando a competição) e a liberdade de definição de destinos.
- A gente vai trabalhar para dar ao aeroporto do Galeão a melhor conectividade que ele pode ter. Mas acho que a decisão de para onde voar desde o Santos Dumont é uma decisão que precisa ser deixada para o passageiro. E deixar as companhias oferecerem, dada a condição de quantidade de voos no Santos Dumont, quais destinos vão ser conectados.
Corte de 30% dos voos
O governo já havia decido limitar o número de passageiros que o Santos Dumont pode movimentar por ano. A medida, que prevê um corte de 30% dos voos, vale a partir de outubro. Mas algumas empresas já estão se adiantando e transferindo pousos e decolagens desse aeroporto para o Galeão.
De acordo com o executivo da Latam, a limitação do número de passageiros é algo mais simples. Mas a mudança no que ele chama de "vocação do aeroporto" exigiria uma mudança de lei, não uma portaria.
- É bem complicado porque, no final das contas, mudar o que a gente chama de vocação de aeroporto, definir para onde voar, exige uma mudança de lei. Reduzir a quantidade de passageiros do aeroporto, não, é muito mais simples.
A determinação de limitar o número de voos partiu da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Secretaria de Aviação Civil (SAC), após costura política do governo federal, da prefeitura do Rio e do governo fluminense. As duas últimas defendem a limitação de voos e destinos do Santos Dumont para dinamizar o Galeão, que está esvaziado.
Fonte: O GLOBO
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Economia