Candidata à Presidência, ex-apoiadora de Bolsonaro, 'Juma Marruá' e dona de motéis: quem é Soraya Thronicke

Candidata à Presidência, ex-apoiadora de Bolsonaro, 'Juma Marruá' e dona de motéis: quem é Soraya Thronicke

Senadora pelo Mato Grosso do Sul foi internada em UTI após quadro de crise alérgica; parlamentar coleciona comentários e trocas de farpas que rendem nas redes sociais

Porto Velho, RO -
Senadora pelo Mato Grosso do Sul, Soraya Thronicke (União Brasil-MS) foi internada na última sexta-feira após apresentar uma crise alérgica. De acordo com a assessoria da parlamentar, ela está na unidade de terapia intensiva (UTI), com quadro estável, mas que inspira cuidados. 

Eleita em 2018 com o apoio de Jair Bolsonaro, Thronicke ganhou destaque nacional nos últimos dois anos, pela sua participação na CPI da Covid, em 2021, e também pela sua candidatura à Presidência da República no último pleito, pelo União.

Advogada e empresária, Thronicke é dona de uma rede de motéis em seu estado. Eleita em 2018 pelo partido do então novo presidente Jair Bolsonaro, PSL, a parlamentar defendia pautas conservadoras como o porte de armas e a criminalização do aborto. 

Sua relação com o Palácio do Planalto teve um percalço já em 2019, quando o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, a pressionou a retirar sua assinatura a favor da CPI dos Tribunais Superiores. Ela encampava a pauta de combate à corrupção e defesa da Lava-Jato, a exemplo da maioria da bancada do PSL, ao qual pertencia.

Ao longo da pandemia da Covid-19, Thronicke tentou se desvencilhar mais da família Bolsonaro e em 2021, e participou da CPI da Covid, instaurada no Senado. Assim como outras senadoras da bancada feminina, ela ganhou espaço com críticas à atuação do então presidente, tomando a palavra para criticar a demora do governo na compra de vacinas durante os trabalhos da comissão. Nessa época, ela já era vista no partido como um dos nomes de um grupo de direita independente no União Brasil.

Mas seu nome ganhou relevância nacional ao assumir a candidatura à Presidência da República pelo União Brasil, partido que nasceu na junção entre seu antigo partido, o PSL, com o DEM. Ela seria a vice de Luciano Bivar (PE), presidente da sigla, mas se tornou a titular após o pernambucano desistir para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Durante a campanha, Thronicke chamou atenção principalmente durante os debates dos presidenciáveis na TV. Em resposta a um ataque de Bolsonaro à jornalista Vera Magalhães, colunista do GLOBO, Thronicke reagiu:

— Lá no meu estado tem mulher que vira onça. Eu sou uma delas. Eu não aceito esse tipo de comportamento e xingamento.

Com a fala, as redes sociais foram ao delírio e a parlamentar foi apelidada de Juma Marruá, personagem da novela "Pantanal" que se transforma no animal.

Já no debate na TV Globo, a senadora voltou aos trending topics do Twitter pelos embates com o Padre Kelmon, candidato do PTB. Soraya chamou Kelmon de "padre de festa junina" e, ao falar sobre a pandemia, perguntou se o presidenciável não tinha “medo de ir para o inferno”.

'Nenhum desses bandidos merece o meu apoio'

Derrotada no primeiro turno, Soraya Thronicke terminou a corrida eleitoral em 5º lugar e optou por não declarar apoio a Lula ou a Bolsonaro no segundo turno. Alvo de críticas, ela afirmou na época que não iria comparecer às urnas por "convicção". "Nenhum desses bandidos merece o meu apoio. A semeadura é facultativa, a colheita é obrigatória. Boa sorte, Brasil", disse nas redes sociais.

Quando Lula assumiu a Presidência, a parlamentar voltou a ser comentada nas redes após um vídeo mostrá-la posando ao lado de apoiadores de Lula, durante a cerimônia da posse. A ex-candidata à Presidência acenou aos petistas que estavam no Palácio do Planalto.

— Eu vou estar com vocês — disse.

Ainda na postagem, ao ser questionada pelos apoiadores de Lula sobre a eleição passada, a parlamentar afirma ter se arrependido do apoio:

— Eu volto atrás, assumo onde eu errei e onde eu estava iludida.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) reagiu à publicação e chamou Thronicke de "traíra", que respondeu: "Feliz 2023 pra você também, Bananinha! Paz, saúde, felicidade e sucesso pra você e toda a sua família".

Além de Eduardo Bolsonaro, a senadora já trocou farpas com o ex-juiz federal e futuro colega de bancada, Sergio Moro. Ela respondeu um tuíte em que o opositor de Lula o criticava por não ter falado sobre corrupção durante o seu discurso na posse presidencial. Thronicke rebateu e afirmou que o tema não é debatido "há quatro anos", período em que Bolsonaro esteve no poder.

Em março, a senadora registrou boletim de ocorrência na Polícia Federal após ser vítima de agressão verbal durante uma entrevista ao vivo a uma rádio. Ela foi difamada por um ouvinte que não teve nome divulgado. A agressão ocorreu quando a emissora abriu espaço para participação e interação do público com a senadora. No áudio, o homem chamou a senadora de “traidora da pátria” e “piranha traíra”. O entrevistador tirou o áudio após as ofensas.

Em meio à crise instalada no União Brasil, que vive uma debandada nas últimas semanas, a parlamentar vive uma queda de braço pelo comando do diretório estadual do Mato Grosso do Sul. Atualmente presidente da sigla no estado, Thronicke tenta eleger um aliado para sucedê-la.


Fonte: O GLOBO

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