'Sentimos a colisão como um grande terremoto', diz sobrevivente de acidente de trem na Grécia

'Sentimos a colisão como um grande terremoto', diz sobrevivente de acidente de trem na Grécia

Batida envolvendo o transporte de passageiros entre Atenas e Tessalônica deixou pelo menos 36 mortos e dezenas de feridos

Porto Velho, RO
- Pelo menos 36 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas, incluindo seis precisando de tratamento intensivo, na colisão de um trem de passageiros, que viajava entre Atenas e Tessalônica, e um comboio de carga, informou o corpo de bombeiros da Grécia nesta quarta-feira.

— Sentimos a colisão como um grande terremoto — declarou à AFP Angelos, um passageiro de 22 anos. — Foi um pesadelo.

As possíveis causas da colisão não foram divulgadas. A imprensa grega afirma que este é o pior acidente ferroviário da história do país

O primeiro-ministro da Grécia, Kyriákos Mitsotákis, afirmou que o país entrará em luto de três dias, informou a BBC. Todas as celebrações públicas foram canceladas e as bandeiras dos prédios públicos ficarão a meio mastro até sexta-feira (3).

— É uma tragédia sem precedentes — declarou o porta-voz do governo, Yiannis Oikonomou.

A presidente da Grécia, Katerina Sakellaropoulou, encurtou uma visita oficial à Moldávia para visitar o local do acidente.

— Infelizmente, tenho de interromper a minha visita para estar perto do meu povo, para apoiar quem precisa — declarou a presidente à agência Reuters.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, expressou condolências em uma mensagem no Twitter: "Chocado com as notícias e as imagens da colisão dos dois trens".

Locomotivas e vagões foram pulverizados

A violência do choque foi tão intensa que as locomotivas e os vagões dianteiros foram pulverizados.

A tragédia aconteceu na altura da cidade de Lárissa, na região central do país. Um trem com 350 passageiros bateu em um comboio de mercadorias pouco antes da meia-noite de quarta-feira (19h de terça-feira no horário de Brasília).

As imagens mostram vagões de trem carbonizados em um emaranhado de metal e janelas quebradas. Outros vagões menos danificados tombaram e as equipes de emergência usavam escadas para tentar resgatar os sobreviventes.

Quase 150 bombeiros, com 40 ambulâncias, foram enviados ao local da tragédia.

— Nunca vi algo assim na minha vida. É trágico. Cinco horas depois nós encontramos corpos — afirmou um bombeiro, exausto, ao sair de uma área em que ele e sua equipe retiravam os corpos das vítimas.

Mecânicos e guindastes também foram enviados ao local para tentar retirar os escombros e levantar os vagões.

— A maioria dos passageiros foi resgatada — disse o porta-voz do corpo de bombeiros. — A operação para liberar as pessoas presas está em curso e acontece em condições difíceis, devido à gravidade da colisão entre os dois trens.

Um dos vagões pegou fogo e várias pessoas ficaram presas, segundo o canal público de televisão ERT.

No canal de televisão Skai, o governador da região, Kostas Agorastros, afirmou que "mais de 250 passageiros foram levados de ônibus para Tessalônica".

— Infelizmente, o número de feridos e mortos corre o risco de ser elevado — acrescentou.

O governo organizou uma reunião de crise após o evento. O ministro da Saúde, Thanos Plevris, seguiu para o local e o ministro do Interior, Takis Theodorikakos, deve supervisionar os trabalhos com a polícia e os bombeiros.

Uma jovem, chorando, explicou ao jornal local Onlarissa que "o trem estava atrasado e parou por alguns minutos quando um grande barulho foi ouvido".

— Passamos por algo muito chocante. Não estou ferido, mas estou manchado com o sangue de outras pessoas que foram feridas ao meu lado — disse Lazos, um passageiro entrevistado pelo jornal Protothema.

— No momento do acidente, nós ficamos assustados porque as janelas quebraram. As pessoas gritavam e estavam assustadas — disse outro passageiro ao canal Skai.

Os dois hospitais da região de Lárissa receberam os feridos, segundo o jornal Onlarissa. Além disso, os hospitais militares de Tessalônica e Atenas estão de sobreaviso em caso de necessidade.


Fonte: O GLOBO

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