Identificado novo fitossauro com mais de 215 milhões de anos

Identificado novo fitossauro com mais de 215 milhões de anos

Descoberta feita em 2012 só agora foi anunciada

Porto Velho, RO -
A vida pré-histórica no planeta Terra se torna cada vez mais rica. Desta vez, foi descoberto o fóssil de um réptil, parecido com um crocodilo, do Triássico Superior (primeiro período da Era Mesozoica), com mais de 215 milhões de anos. 

A descoberta foi feita por um estudante de doutorado e um professor, ambos da Nova School of Science & Technology - FCT NOVA, que anunciaram mais esse achado de uma época em que gigantes animais povoavam o planeta.

A descoberta da nova espécie de fitossauro foi feita nos sedimentos dos rios e lagos em Jameson Land, na Groenlândia, por um grupo de especialistas da Dinamarca e Alemanha, numa expedição internacional em 2012, do qual o estudante Víctor López-Rojas e o professor Octávio Mateus faziam parte

Apesar de ter ocorrido há cerca de dez anos, a descoberta só agora foi oficializada com a publicação no Journal of Vertebrate Paleontology.

Parente dos crocodilos


Os fitossauros viveram no Triássico em quase todos os continentes (além da Antártica e Oceânia) e assemelham-se aos crocodilos. Viveram como os répteis atuais, mas não estão intimamente relacionados com eles.

A diferença é que "esses répteis têm o nariz retraído para a parte posterior do crânio, perto dos olhos", diz Víctor López-Rojas, o primeiro autor do estudo. Essa recolocação modificou o crânio em diferentes formas que permitem aos paleontólogos classificar as suas espécies.

O fóssil foi encontrado por Octávio Mateus em conjunto com os colegas da expedição. De acordo com o professor, o “local produziu pelo menos quatro fitossauros numa única camada, o que é raro e espetacular".

Outras expedições paleontológicas à Groenlândia Oriental têm sido feitas desde o início do século 19, mas apenas em 2012 e 2016 foram encontrados os primeiros restos de fitossauros.

Com o nome científico Mystriosuchus alleroq, os fósseis encontrados incluem porções do crânio, mas principalmente de ossos pós-cranianos.

Os restos de pelo menos quatro animais, desde bebês a jovens e adultos maduros, permitiram aos cientistas da universidades NOVA, de Lisboa, de Copenhague, do Geomuseum Faxe, da Dinamarca, e da Universidade de Bonn, bem como do Museu de História Natural Bamberg, da Alemanha, comparar não só a relação entre espécies para identificá-la como nova, mas também sobre a sua ontogenia - processo biológico de desenvolvimento dos organismos.

Com a descoberta, Víctor López-Rojas estuda a evolução e o estilo de vida dos fitossauros da Europa. Eles têm características em seus membros e vértebras que levam à ideia de que eram mais aquáticos e diferentes dos norte-americanos, como estudos recentes começaram a mostrar.

A nova espécie da Groenlândia está intimamente relacionada com os fitossauros europeus.

A descoberta enquadra-se em estudos anteriores sobre as afinidades entre as faunas da Groenlândia Oriental e da Europa no fim do Triássico, com novas espécies de anfíbios gigantes, peixes ou dinossauros primitivos e, agora, o fitossauro Mystriosuchus alleroq.

A espécie pode ser vista no Museu da Lourinhã, em Portugal , bem como no GeoCenter MonsKlint, na Dinamarca.

Os primeiros dinossauros chegaram à Groenlândia Oriental aproximadamente ao mesmo tempo, transformando a paisagem num verdadeiro Parque Triássico.


Fonte: Agência Brasil

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