Executivos destacam a importância de identificar e punir responsáveis pelos ataques aos Três Poderes
Porto Velho, RO - Presidentes de diversas companhias criticaram a invasão de golpistas nos prédios dos Três Poderes neste domingo em Brasília. Além de apoiar a democracia brasileira, os executivos, entre eles apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, ressaltam a necessidade de identificar e punir os responsáveis.
Para Walter Schalka, presidente da Suzano, gigante do papel e da celulose no país, os atos são inaceitáveis e representam uma afronta ao Estado Democrático de Direito:
- A visão polarizada traz prejuízos a todos e espero que a defesa da democracia permaneça como um princípio básico do Brasil.
Schalka acrescenta:
- O país precisa buscar a coesão e permitir a governabilidade da nova gestão, que foi genuinamente eleita e deve trabalhar para trazer esperança ao povo brasileiro.
Leandro Pinto, presidente do Grupo Mantiqueira, uma das maiores produtoras de ovos do país com mais de 2.300 colaboradores, ainda é cedo para saber qual será o reflexo da invasão no mercado de ações e no consumo.
- É preciso cuidado para não adoecer a nação. O fato de todos os poderes terem mostrado união é importante neste momento e mostra velocidade nas decisões.
Ele classificou como vergonha a invasão para um país democrático como o Brasil:
- O extremismo é ruim. Todos os poderes estão agindo como têm que ser, mas faltou inteligência para prever isso. Não adianta colocar cadeado depois de derrubar as portas. É preciso identificar os responsáveis e punir de forma a se trazer uma estabilidade democrática e social.
Reflexos no mercado se enfraquecem
Roberto Ramos, presidente da Ocyan, empresa que atua no setor de óleo e gás, lembra que a dispersão do evento de ontem parece ter se enfraquecido. Segundo ele, ao analisar alguns indicadores desta segunda-feira do mercado financeiro, o mercado "já considerou o evento como um fato isolado."
- Tão preocupante quanto qualquer dispersão do evento de ontem Brasil a dentro, risco este que parece ter se enfraquecido, é a possibilidade de impacto negativo à reputação internacional do Brasil que este capítulo pode causar, especificamente no que diz respeito à atração de investimentos estrangeiros para o país.
Segundo Ramos, qualquer manifestação política deve ser pacífica, preservar a segurança dos cidadãos e respeitar a propriedade da União, estados e municípios:
- A Ocyan repudia o ataque a bens da sociedade brasileira e ao regime democrático por meio do uso da força registrados na manifestação em Brasília. Somos uma empresa formada por pensamentos plurais e temos a convicção que é o diálogo e o respeito que devem nortear nossa sociedade.
Na avaliação de José Sereperi Junior, fundador da Qualicorp e presidente da operadora QSaúde, as instituições e o governo saem fortalecidos desse episódio. Ele compara os ataques a um diagnóstico de câncer, que é duro e grave, continua com analogia, afirmando que após a quimioterapia, a expectativa é a cura.
- Há meses convivíamos com uma sombra à democracia. O que aconteceu foi tão ruim que exigirá medidas energicas para a estabilidade política e jurídica, que são os preceitos para a estabilidade econômica.
Apesar de isso ter um efeito ruim a curto prazo, a médio prazo esse enfrentamento definitivo vai ser positivo. No day after a estrutura sai fortalecida, será preciso que o Estado mostre seu peso - pondera.
O Grupo Traton, dono das marcas VWCO, Scania, Navistar e MAN Truck & Bus, também condenou os ataques, que classificou como violentos às instituições democráticas. "Esperamos que a situação no Brasil se acalme em breve”, destacou a companhia.
O Grupo Fleury, dono de marcas como Lab+ e Felipe Mattoso, em nota, diz que "lamenta e repudia os ataques às instituições da República". A empresa reforça sua "absoluta crença na democracia e nas enormes oportunidades de desenvolvimento que se apresentam em nosso país".
Executivos se manifestam em redes sociais
Vários presidentes de empresas se manifestaram pelas redes sociais, como a presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza que compartilhou postagem do Grupo Mulheres do Brasil, movimento suprapartidário comandado pela empresária, repudiando o ato de violência.
“A DEMOCRACIA NÃO SE FAZ COM VIOLÊNCIA. Nós, do Grupo Mulheres do Brasil, repudiamos e condenamos atos de vandalismo. É fundamental reafirmar que a violência não faqz parte da democracia. Não se tolera. Se condena e se pune. Democracia hoje e sempre”, diz a nota.
Luiza Trajano não se pronunciou pessoalmente. O Magalu não se posicionou.
Segundo Teresa Vernaglia, CEO da BRK, que atua na área de saneamento, o país precisa estar focado nas prioridades da população, entre elas, a universalização do saneamento. Há muito a se fazer e violência não faz parte da democracia.
- Portanto, é primordial preservarmos a ordem democrática para avançarmos.
Em rede social, ela repudiou em rede social os ataques feitos em Brasília. "Repudio com veemência os atos deste domingo que atacaram a democracia brasileira, vandalizaram o patrimônio público e que pertence a cada um de nós, brasileiros e brasileiras.
O Grupo Traton, dono das marcas VWCO, Scania, Navistar e MAN Truck & Bus, também condenou os ataques, que classificou como violentos às instituições democráticas. "Esperamos que a situação no Brasil se acalme em breve”, destacou a companhia.
O Grupo Fleury, dono de marcas como Lab+ e Felipe Mattoso, em nota, diz que "lamenta e repudia os ataques às instituições da República". A empresa reforça sua "absoluta crença na democracia e nas enormes oportunidades de desenvolvimento que se apresentam em nosso país".
Executivos se manifestam em redes sociais
Vários presidentes de empresas se manifestaram pelas redes sociais, como a presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza que compartilhou postagem do Grupo Mulheres do Brasil, movimento suprapartidário comandado pela empresária, repudiando o ato de violência.
“A DEMOCRACIA NÃO SE FAZ COM VIOLÊNCIA. Nós, do Grupo Mulheres do Brasil, repudiamos e condenamos atos de vandalismo. É fundamental reafirmar que a violência não faqz parte da democracia. Não se tolera. Se condena e se pune. Democracia hoje e sempre”, diz a nota.
Luiza Trajano não se pronunciou pessoalmente. O Magalu não se posicionou.
Segundo Teresa Vernaglia, CEO da BRK, que atua na área de saneamento, o país precisa estar focado nas prioridades da população, entre elas, a universalização do saneamento. Há muito a se fazer e violência não faz parte da democracia.
- Portanto, é primordial preservarmos a ordem democrática para avançarmos.
Em rede social, ela repudiou em rede social os ataques feitos em Brasília. "Repudio com veemência os atos deste domingo que atacaram a democracia brasileira, vandalizaram o patrimônio público e que pertence a cada um de nós, brasileiros e brasileiras.
Nossas instituições, democraticamente estabelecidas, são robustas. Nosso apoio às instituições e à ordem democrática. O Brasil é maior do que vimos neste dia".
João Paulo Pacifico, CEO de Investimentos de Impacto do Grupo Gaia, empresa de investimentos que trabalha na captação de recursos voltados para o financiamento de projetos socioambientais, diz que o mercado não "precificou" as ameaças do Bolsonaro.
-Não é porque 1.200 pessoas foram presas, que acabou. Não acabou. A postura das autoridades é importante para amenizar os efeitos na economia agora.
Ligação de investidores
Segundo ele, a estabilidade política é essencial para o desenvolvimento da economia e a invasão já ligou o alerta entre os investidores:
- Todos estão recebendo ligações do exterior para entender o que está acontecendo no Brasil. Com isso, no curto prazo, a pressão do mercado com a questão fiscal, por exemplo, deve aliviar um pouco, mas depois vai voltar a lutar por suas próprias pautas.
O investidor Abilio Diniz, acionista do Carrefour e controlador da Península Investimentos, escreveu que "são absolutamente lamentáveis os atos violentos" ocorridos no último domingo por terroristas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Que seus perpetradores sejam punidos com todo o rigor da lei. A democracia é fundamental para o desenvolvimento do nosso país e deve ser defendida por todos", afirmou o investidor em postagem no Twitter.
Diniz foi presença constante em almoços e encontros de grandes empresários com Bolsonaro e, após a derrota eleitoral, fez discursos dizendo-se confiante com o novo governo Lula.
João Paulo Pacifico, CEO de Investimentos de Impacto do Grupo Gaia, empresa de investimentos que trabalha na captação de recursos voltados para o financiamento de projetos socioambientais, diz que o mercado não "precificou" as ameaças do Bolsonaro.
-Não é porque 1.200 pessoas foram presas, que acabou. Não acabou. A postura das autoridades é importante para amenizar os efeitos na economia agora.
Ligação de investidores
Segundo ele, a estabilidade política é essencial para o desenvolvimento da economia e a invasão já ligou o alerta entre os investidores:
- Todos estão recebendo ligações do exterior para entender o que está acontecendo no Brasil. Com isso, no curto prazo, a pressão do mercado com a questão fiscal, por exemplo, deve aliviar um pouco, mas depois vai voltar a lutar por suas próprias pautas.
O investidor Abilio Diniz, acionista do Carrefour e controlador da Península Investimentos, escreveu que "são absolutamente lamentáveis os atos violentos" ocorridos no último domingo por terroristas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Que seus perpetradores sejam punidos com todo o rigor da lei. A democracia é fundamental para o desenvolvimento do nosso país e deve ser defendida por todos", afirmou o investidor em postagem no Twitter.
Diniz foi presença constante em almoços e encontros de grandes empresários com Bolsonaro e, após a derrota eleitoral, fez discursos dizendo-se confiante com o novo governo Lula.
Na última campanha eleitoral, ele doou R$ 919 mil a candidatos de direita, entre eles alguns bolsonarista como o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o deputado estadual paulista Frederico D'Ávila (PL), que se notabilizou por chamar o papa Francisco de "vagabundo" em discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Ainda entre os apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, o empresário Luciano Hang, dono da Havan, disse em nota que “a democracia não combina com atos de vandalismo e sim com diálogo, jamais com violência”. Hang disse ainda que é preciso respeitar as leis e instituições e que “manifestações são legítimas quando ocorrem de maneira pacífica”, classificando como lamentável ver patrimônios públicos serem depredados.
Ainda entre os apoiadores do ex-presidente Bolsonaro, o empresário Luciano Hang, dono da Havan, disse em nota que “a democracia não combina com atos de vandalismo e sim com diálogo, jamais com violência”. Hang disse ainda que é preciso respeitar as leis e instituições e que “manifestações são legítimas quando ocorrem de maneira pacífica”, classificando como lamentável ver patrimônios públicos serem depredados.
Fonte: O GLOBO
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POLÍTICA