Parlamento Europeu sofre ciberataque após votação contra Moscou

Parlamento Europeu sofre ciberataque após votação contra Moscou

Eurodeputados aprovaram nesta quarta-feira resolução não vinculativa que declara a Rússia um Estado 'promotor do terrorismo'

Porto Velho, RO -
O site do Parlamento Europeu sofreu um ciberataque nesta quarta-feira, horas depois da aprovação, em plenária, de uma resolução não vinculante — isto é, sem efeitos jurídicos — declarando a Rússia como um Estado "promotor do terrorismo”, anunciou a presidente da instituição, Roberta Metsola.

O sistema "está sob um sofisticado ciberataque”, tuitou Metsola. “Um grupo pró-Kremlin assumiu a responsabilidade. Nossos especialistas em TI estão resistindo e protegendo nossos sistemas. Isso, depois de termos proclamado a Rússia um Estado patrocinador do terrorismo. Minha resposta: 'Slava Ukraini' [Glória à Ucrânia]".

De acordo com o porta-voz do Parlamento, Jaume Duch, a disponibilidade do site foi afetada pelos altos níveis de tráfego na rede externa. “Este tráfego está relacionado com um evento de ataque DDoS [negação de serviço]", explicou. Nos ataques DDoS, um sistema recebe um número tão grande de demandas simultâneas de acesso que acaba sendo inutilizado pela sobrecarga.

Uma fonte do Parlamento, que pediu para não ser identificada, disse que é o ataque "mais sofisticado da história recente". Já o eurodeputado alemão Rasmus Andresen considerou que o ataque "é um alerta”, um “ataque ao coração democrático da Europa".

Mais cedo, a sessão plenária do Parlamento Europeu aprovou, por 494 votos a favor, 58 contra e 44 abstenções, uma resolução em que a Rússia foi declarada um "país promotor do terrorismo" e um "Estado que usa meios terroristas".

De acordo com a resolução, "as atrocidades cometidas pela Federação Russa contra a população civil ucraniana, a destruição de infraestruturas civis e outras violações graves dos direitos humanos e do direito internacional humanitário constituem atos de terrorismo" e "crimes de guerra".

O eurodeputado Andresen, porém, disse que ainda não se sabe se o ataque cibernético está de alguma forma relacionado à resolução, mas observou que os sistemas de computador do Parlamento "não estão suficientemente preparados".

O texto aprovado nesta quarta-feira pede à União Europeia (UE) e aos países que a compõem que "elaborem um marco jurídico da União para a designação de Estados como promotores do terrorismo e Estados que usam meios terroristas". Esse marco jurídico ativaria "medidas restritivas importantes" contra os países designados.

Também pediu ao Conselho Europeu "que depois considere a possibilidade de acrescentar a Federação Russa a esta lista" e solicitou aos parceiros do bloco europeu que adotem medidas semelhantes.

Pouco depois do voto em Estrasburgo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, elogiou a decisão dos parlamentares europeus, dizendo em uma rede social que “a Rússia deve ser isolada em todos os níveis e ser responsabilizada para encerrar sua velha política de terrorismo na Ucrânia e em todo planeta".

Kiev tem insistido em seu apelo à comunidade internacional para que declare a Rússia como um Estado "promotor do terrorismo", embora a União Europeia não tenha um marco legal que permita essa designação.

Principal promotor da iniciativa, o eurodeputado lituano conservador Andrius Kubilius disse nesta quarta-feira que a Rússia "não é apenas um Estado que promove o terrorismo, mas também usa o terrorismo".

— [A declaração aprovada nesta quarta-feira] envia um sinal forte — declarou. — A Europa e os europeus não podem permanecer passivos quando o nosso vizinho viola todas as normas internacionais e humanitárias.


Fonte: O GLOBO

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