ELEIÇÕES 2022: Mauro Nazif complica confirmação das pré-candidaturas majoritárias e coloca em risco coesão da Frente de Esquerda de Rondônia

ELEIÇÕES 2022: Mauro Nazif complica confirmação das pré-candidaturas majoritárias e coloca em risco coesão da Frente de Esquerda de Rondônia

 

Porto Velho, Rondônia – Quem acompanha a política do Estado de Rondônia há mais tempo deve lembrar que há exatos 20 anos Mauro Nazif interferiu no acordo que promovia a união das legendas de esquerda na composição das alianças regionais, racha esse que acabou dividindo o grupo em duas partes, tirando ambas do segundo turno das eleições à sucessão estadual, que acabou ficando entre dois candidatos da direita.

Agora, a história parece se repetir, porém com uma diferença: naquela ocasião o PSB tinha uma candidatura própria à presidência da República, com Antonhy Garotinho disputando contra o PT de Lula, enquanto desta vez as legendas estão aliadas em âmbito nacional, com um pré-candidato dos socialistas compondo a chapa com o líder petista.

Isso porque no encontro da Frente das Esquerdas realizado neste sábado na capital, com representantes do PT, PSB, PCDOB, CIDADANIA, SOLIDARIEDADE, REDE E PSOL, Nazif mais uma vez interferiu, e o momento em que se esperava a consolidação do grupo, com a confirmação dos pré-candidatos Vinícius Miguel a governador, Anselmo de Jesus a vice e Daniel Pereira ao Senado acabou não acontecendo em sua íntegra.

Porém, antes de se chegar ao ocorrido neste sábado, vale lembrar que no acordo inicial entre os partidos da Frente ficou acertado que SOLIDARIEDADE, PT e PSB apresentariam as candidaturas majoritárias, com um representante para cada uma das vagas que estarão em disputa nas eleições.

Segundo informações levantadas com integrantes do PT, SOLIDARIEDADE e PSB, o encontro definiu que Miguel deve ser mesmo o candidato ao governo, com Anselmo compondo a chapa, mas Mauro Nazif quer deixar que a escolha para o Senado aconteça mais adiante, tendo inclusive ele próprio como opção de candidatura.

O arranjo gerou insatisfação e foi, nas palavras de um dirigente petista, “brochante”, mas há quem avalie com mais insatisfação, inclusive acreditando que a coesão do grupo rachou e pode se partir em vários pedaços, caso o deputado do PSB mantenha esse posicionamento.

Isso porque sabe-se que tal impasse se deve exclusivamente por causa dos problemas que Nazif se deparou no meio do caminho, após a desistência de Jesualdo Pires em participar da nominata para concorrer às eleições para deputado federal, o que coloca o PSB em risco de não conseguir alcançar o coeficiente eleitoral para garantir sua vaga na bancada federal, ou seja, a possibilidade de reeleição do próprio deputado Mauro.

Sua insistência em se apresentar como alternativa à disputa ao Senado pele Frente seria uma saída honrosa para o caso do partido não dispor de nominata competitiva na disputa a federal, e um jeito de talvez ter chance de conseguir se manter no poder contando com o apoio de todo o grupo.

O problema é fazer com que todos abram mão do que vêm negociando há vários meses como interesse coletivo em função de um projeto meramente individual. Além do mais, a opção por tentar lá na frente conquistar a vaga para a disputa ao Senado também para o PSB contraria o acordo inicial, a menos que se retire a pretensão de Vinícius Miguel, o que seria o mesmo desmontar tudo o que foi construído até então.

No desfecho deste sábado o Partido dos Trabalhadores fechou questão em torno das pré-candidaturas ao governo, com Vinícius Miguel, e de Anselmo como vice, e Daniel ao Senado, mas aceita até debater lá na frente a possibilidade de Nazif ser candidato o candidato a senador, desde que se retire a outra candidatura do PSB, ou seja, praticamente desmantelando a Frente.

A situação deve se manter tensa nos próximos dias, pois o entendimento de muitos dos dirigentes partidários do grupo é que unidos eles até têm chances de chegar ao segundo turno, e dentro de um quadro circunstancial positivo quanto à disputa nacional podem até acabar vencendo as duas eleições majoritárias locais, porém separados ninguém se elege a nada.

Isso sem contar que racha o palanque de Lula no Estado, algo que não ajuda também nenhum dos candidatos da esquerda nas eleições proporcionais.


Fonte: Alô Rondônia 

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