Fudador da Cacau Show abre hotel temático e espera alta de 60% nas vendas de Páscoa: 'Chocolate virou presente'

Fudador da Cacau Show abre hotel temático e espera alta de 60% nas vendas de Páscoa: 'Chocolate virou presente'

Nova fábrica elevará produção em 20%. Metas deste ano incluem abertura de mil lojas, estreia no exterior e inauguração de hotel spa em Campos do Jordão

Porto Velho, RO — No lema “Aqui a gente ganha e investe tudo”, o fundador e CEO da Cacau Show Alê Costa abre nesta segunda-feira as portas do Bendito Cacao Resort & Spa, em Campos do Jordão, São Paulo.

Inspirado no principal ingrediente do chocolate, o resort com um quê de Willy Wonka vai ter de pratos doces e salgados à massagem e esfoliação a partir da fruta, além de um Museu do Cacau.

Neste ano está nos planos a primeira loja no exterior, na Colômbia, e a inauguração de mil lojas — o dobro do patamar registrado no ano passado. Para isso, com a ajuda da nova fábrica em Linhares, no Espírito Santo, a produção de chocolate vai aumentar em 20% para 26 milhões de quilos.

Para a Páscoa, a expectativa é de aumentar em 60% as vendas. São 55 novos produtos, sendo a grande aposta os infantis que, no lugar dos brindes dentro dos ovos, agora acompanham presentes, como fones de ouvido, pantufas e mini bolas de times de basquete. Alguns deles já acabaram dez dias antes da Páscoa.

Alê Costa, fundador e CEO da Cacau Show. Foto: Divulgação

Como será esta Páscoa?

As vendas estão aquecidas em relação aos últimos anos, a expectativa é de aumentar 60% em relação ao ano passado. É resultado da abertura de 500 lojas no ano passado e 150 nesse ano, além dos novos produtos. Os ovos infantis já vendemos quase metade. Temos investido muito nos presentes que vêm acoplados neles.

O mix de Páscoa mudou neste ano de inflação alta?

Acreditamos que oferecemos uma relação de custo/ benefício muito interessante ao consumidor e que a Páscoa é um momento especial. Temos produtos em todas as faixas de preço, visando o alcance de todos os clientes, com uma dispersão de valores muito bem pulverizada, de R$ 9,99 a R$ 149,99.

E a cada dia fico mais encantado em como o cliente presenteia com nosso produto. Hoje metade do nosso negócio já é de presentes.

Qual a meta neste ano?

Mil novas lojas. Hoje, temos 2.928 no país, sendo 270 próprias. Em faturamento, a previsão é crescer 30% em relação ao ano passado, que foi de R$ 2,9 bilhões. Em 2022, temos investimento em novas lojas, marcas etc na ordem de R$ 130 milhões. No ano passado investimos R$ 180 milhões. Aqui a gente ganha e investe tudo.

Como foi abrir lojas na pandemia, com menos gente circulando?

Destas 500 lojas (em 2021), 51% foram de franqueados que abriram outras unidades. Você veja o que é a força de uma marca. Com franqueados foi a forma como tratamos o problema. Ajudamos muito, diminuindo valores de taxa, prorrogando pagamento, ajudando a negociar aluguel com donos de imóveis.

Bendito Cacao Resort & Spa, hotel da rede Cacau Show em Campos do Jordão, São Paulo Foto: Divulgaçãp

E para aqueles clientes que nos procuram, muitas vezes são pessoas que perderam o emprego, querem fazer algo na vida. Muitos pegaram a rescisão e investiram. Anualmente, 30 mil pessoas nos procuram para conhecer nosso negócio.

Qual é o principal modelo de abertura de loja hoje?

Mais ou menos 40% para contêiner, um modelo inaugurado em 2021, 50% para loja padrão e tem os outros modelos, seja de distribuição, através de venda direta, da franquia de distribuição ou megastore. Em relação à localização, 62% das lojas estão nas ruas e 38% nos shoppings — porque não tem mais, já estamos em 97% deles.

Alguma região se destaca?

Essas novas lojas são bem pulverizadas. Naturalmente, o Sudeste é onde temos mais. A região Nordeste tem sido um foco importante no nosso plano de expansão.

Como foi na pandemia já que as lojas ficaram fechadas?

Conseguimos digitalizar nosso negócio. Chegamos a ter picos de 30% através do digital, seja pelas plataformas, nosso site ou WhatsApp com nossas lojas. Agora o presencial volta a ser forte, sem dúvidas. A relação da loja é que realmente faz toda a diferença.

Em relação aos produtos, o que mudou no consumo?

O nosso produto ano a ano vem melhorando muito. Há três anos, mudamos a fórmula do chocolate base, tirando 3% de açúcar e colocando 3% de leite, ou seja, melhorando muito a qualidade.

Alê Costa, fundador e CEO da Cacau Show Foto: Divulgação

Esse é um ponto importante. O paladar não retrocede. Também sentimos que as pessoas, não podendo viajar, se deram mais o direito da indulgência.

Com a alta dos insumos, trocaram matéria-prima?

Não. A qualidade do nosso produto não é negociável. Os custos aumentaram muito, alguns produtos até 60%. Conseguimos não passar, até porque também aumentou a nossa produtividade com o aumento de vendas e aí fomos conseguindo manter.

A gente teve que repactuar as nossas margens, mas não abrimos mão nem da qualidade nem do preço do produto. Na margem, o percentual que perdemos foi algo perto de 5%.

Tudo é da fazenda própria Dedo de Deus?

Não. Apenas os produtos da Bendito Cacau vêm da nossa fazenda em Linhares (ES). Os outros vêm de fornecedores da Bahia. Até 2030 temos o sonho de ter três milhões de árvores em nossa fazenda para que toda nossa produção seja feita através do nosso cacau.

Como é o hotel spa?

É um hotel com 94 quatros, focado no cacau. Quando chega lá, por exemplo, tem shot de mel de cacau, que é algo que pouca gente conhece. Tem um spa com esfoliação para os pés com casca de cacau, massagem com manteiga de cacau, além de pratos salgados e doces à base dele e de chocolate.

Também haverá um Museu do Cacau, loja nossa, tirolesa, passeios e trilhas. O investimento foi de R$ 60 milhões.

Haverá expansão das fábricas para atender tudo isso?

Recém inauguramos em 2021 a fábrica em Linhares (ES), cujo investimento foi de R$ 100 milhões, além das unidades em Itapevi e Campos de Jordão, ambas em São Paulo. Vamos fazer 26 milhões de quilos neste ano, mas a capacidade é de 60 milhões de quilos. Agora, é organizar estas indústrias, aumentar as vendas e crescer o número de lojas.

Por que a Colômbia terá a primeira loja fora do país?

É mais perto da gente e vimos que Colômbia está evoluindo bastante e é católico, portanto, tem Páscoa, o que é importante para nós. Estamos escolhendo o ponto e será aberta no fim do ano. Estamos olhando outros países. Vamos ver como funciona na Colômbia.

É um ano arriscado para estes planos?

Vamos fazer tudo que tiver que fazer. Não sou otimista, sou realizador. O brasileiro gosta de chocolate mais doce, mas a gente percebe uma evolução para os chocolates mais intensos e é uma boa oportunidade.

O pessoal está comendo chocolate e cada vez um chocolate melhor e com preço mais competitivo. É esse espírito que fez a gente transformar US$ 500 nesses quase R$ 3 bilhões. Uma cabeça de que o que está fora não nos atinge.


Fonte: O GLOBO

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