Tite é o segundo técnico há mais tempo no cargo entre classificados para o Qatar; veja ranking

Tite é o segundo técnico há mais tempo no cargo entre classificados para o Qatar; veja ranking

Treinador está à frente do Brasil desde 2016; qual o impacto de trabalhos longevos na Copa do Mundo?

Porto Velho, RO - Segundo técnico há mais tempo no cargo entre os classificados para a Copa do Mundo do Qatar, Tite fará nesta quinta-feira, contra o Chile, no Maracanã, o primeiro jogo desde que anunciou sua saída do comando da seleção brasileira ao fim do ano. 

No mês passado, em entrevista ao “Redação Sportv”, o treinador afirmou que tem “consciência do seu ciclo e que este ciclo vai até o fim do Mundial”, marcado para novembro e dezembro.

Tite está há cinco anos e nove meses no cargo. Entre os 14 treinadores garantidos de forma antecipada, só fica atrás do atual campeão do mundo, Didier Deschamps, que assumiu a França em 2012. 

Abaixo do brasileiro estão Roberto Martínez e Gareth Southgate, também desde 2016 à frente de Bélgica e Inglaterra — terceiro e quarto colocados na Rússia-2018, respectivamente.



Longevidade é um termo muito debatido no comando dos clubes, sobretudo em um país cujo a máquina de moer treinadores nunca descansa. 

Mas qual o impacto de trabalhos longos em um campeonato curto como a Copa do Mundo, decidido em sete partidas dentro de um mês e sujeito a toda sorte de fatores — da lesão de um jogador importante a uma chave difícil?

— Tempo de permanência te dá conhecimento da CBF, da condição dos jogadores, da filosofia que pretende implementar. 

E das respostas que o grupo pode te dar, já que na competição não há tempo para descobertas — conta Carlos Alberto Parreira, campeão do mundo em 1994, citando exemplo daquela campanha. 

— Chegamos em 1994 com tudo arrumado, foi só competir e mexer quando preciso, como na saída do Raí para entrar o Mazinho. 

O tempo te dá essa possibilidade de avaliar já que, na Copa, não dá para fazer experimentações.

Entretanto, o próprio Parreira lembra que o tempo é precioso, mas não uma garantia. Afinal, não há receita pronta para ser campeão, e a própria história do Brasil nas Copas mostra isso. 

Entre os cinco brasileiros vencedores, ele é quem teve mais tempo até o título: estreou em outubro de 1991, após curta passagem de Paulo Roberto Falcão. Em 1958, Vicente Feola comandou o time pela primeira vez em maio e foi campeão no fim do mês seguinte. 

Em 1961, após adoecer, ele deu lugar a Aymoré Moreira, vencedor no Chile-1962. Em 1970, Zagallo sucedeu João Saldanha três meses antes do tri no México e Luiz Felipe Scolari foi penta em 2002 um ano depois de assumir o time das mãos de Leão.

Prêmio à longevidade

As últimas Copas do Mundo têm dado razão ao tempo. Em 2014, o alemão Joachim Löw ficou com a taça após ser terceiro colocado como assistente de Jurgen Klinsmann, na Alemanha-2006, e treinador principal na África do Sul-2010. 

No último Mundial, Deschamps deu o segundo título à França, quatro anos depois de cair nas quartas no Brasil.

— A Copa exige soluções rápidas para problemas, pois o time vai enfrentar adversários indefinidos na fase final, pode ter jogadores machucados e oscilações que vão obrigar o técnico a buscar soluções. 

E se ele teve mais tempo, ele já montou seu time para jogar em diferentes contextos, já viveu experiências — afirma o colunista do GLOBO Carlos Eduardo Mansur.

Montar equipes para diferentes contextos, aliás, tem feito parte do trabalho de Tite neste segundo ciclo à frente da seleção. Classificado de forma antecipada e invicto há 32 jogos, o treinador variou atletas e modelos de jogo, do 4-1-4-1, passando pelo 4-2-4 e o 4-4-2.

Para enfrentar o Chile, amanhã, às 20h30, o técnico deve seguir experimentando variações. No primeiro treino completo, ontem, ele usou Neymar centralizado, com Vini Jr e Antony. Arana foi testado como titular na esquerda.


Fonte: O GLOBO

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