O AMOR RESPLANDECE O VAZIO DA SAUDADE
P/ Juvenil Coelho
Numa sensata reflexão, centrada nos ocorridos dos últimos meses, olhando aos
quatro extremos do universo, com o advento da tirânica pandemia. Vem-nos, num momento
não muito oportuno a emblemática sensação de que a elocução em apreço fortalece
significativamente esta assertiva. Ou seja, a de reafirmarmos que a saudade é deveras
resplandecida pela magnifica expressão do amor. Não tão somente pelo apego aos nossos
entes queridos, que nos deram seus últimos Adeus, não resistindo ao furor deste vírus
satânico. Lamentavelmente nos deixando dores da saudade incurável. Mas também pela nova
visão de mundo, que hoje nos alcança, fazendo nos acreditar que nada somos ou nada
representamos, se não colocarmos como expoente de nossas vidas o sublime amor, fraternal e
solidário. Em querermos na nossa insignificância, salvar a todos e a tudo, das entranhas cruéis
e da morte sobre aviso, desta diabólica escalada. Afinal, aprendemos nas escrituras sagrada,
que o amor divino é o maior sentimento, se sobrepondo a fé pura e a esperança duradoura. I
cro: 13:13. Mas trazendo esta mesma discursão para o plano subjetivo, vamos nos defrontar
com a complementação imensurável do amor, na conjuntura melancólica da saudade. Pois
esta maleável saudade, nada mais é do que a luz viva que ilumina a estrada do passado. No
que pese os alardes, de que este termo é genuíno brasileiro, por tal inconveniente, não
encontrando versão noutros idioma, todavia no amago das relações afetivas, ela transcende
sua evidencia a todas as nações. Não menos despropositados foram às obras de renomadas
figuras do nosso mundo artístico, que renderam apologias e honrosas menções a esta
memorável saudade. “Poetas e cancioneiros a exemplo do Rei Roberto Carlos,” não há
dinheiro que me pague a saudade que senti. ”Mas o poeta Castro Alves, foi mais enfático na
sua canção de exilio.” Lá na úmida senzala, sentado na estreita sala. Junto ao braseiro no
chão, entoa o escravo o seu canto. “E ao cantar correm lhe em pranto, SAUDADES de seu
torrão.” Como vimos a saudade não pode ser ignorada, nem mesmo considerada propriedade
privada de ninguém, até porque ela atormenta e afeta a todos de forma indescritível. Aos
justos, loucos, exilados e amantes apaixonados. Todos estão expostos às dores e espasmos
sentimentais. Quase sempre entoada pela sofrível solidão. Em suma há quem diga que, a dor
da saudade provém das carências afetiva da alma, nos parecendo ser maior que a dor da fome
e da sede, já que ocorre em regime constante, aguda e nostálgica. Se assemelhando muito aos
sílvios estridentes e melancólicos da atormentada cigarra, em plena estiagem de verão. Outros
mais o defendem e acreditam, como sendo a ausência irreparável do prazer, cobrada
irremediavelmente pela recorrente memoria ou até por osmose. Bem mais otimista, a
escritora AGATHA STEFANINI, rebate estas teses medíocres e afirma, que certamente a
saudade seja uma das mais belas afinidades do homem, pois sem ela não teríamos a alegria do
abraço, de alguém, que mesmo distante nos faz muito bem.
O autor é analista politico e dir. executivo do Instituto PHOENIX de
pesquisa. REG. na FENAJ No l.344-RO