Entenda problemas ofensivos do Fluminense nesta temporada e o que Diniz precisa fazer para se classificar

Entenda problemas ofensivos do Fluminense nesta temporada e o que Diniz precisa fazer para se classificar

Equipe sofre com baixa intensidade física e ausência importantes na construção de jogadas. Sem Cano e Ganso, tem em John Kennedy uma esperança final para ir à final do Carioca

O Fluminense precisa buscar no mínimo três gols para sonhar com uma virada sobre o Flamengo e a vaga na final do Campeonato Carioca. Após perder por 2 a 0 na semana passada, somente uma vitória por pelo menos três de vantagem, hoje às 21h, no Maracanã, é suficiente, pois o rival conseguiu melhor campanha na Taça Guanabara. Porém, além de ter que enfrentar um adversário muito sólido na defesa, o time precisa batalhar contra os problemas deste início de temporada, em que não consegue apresentar o mesmo vigor físico e o poder de fogo que marcou seus melhores momentos, e sofre com a falta de peças essenciais, como Ganso e Cano, fora do clássico.

O modelo de jogo de Fernando Diniz pede preparo físico para que as movimentações e trocas de posições constantes sejam bem executadas desde a primeira fase do ataque. Como o vitorioso 2023 se estendeu até o fim de dezembro, o elenco precisou voltar tardiamente, e ainda "paga o preço", apresentando problemas físicos. Além de Cano e Ganso, o Fluminense seguirá sem Samuel Xavier, Douglas Costa e Marlon. Porém, mesmo completo, o time não vinha funcionando. No jogo passado, a equipe nem finalizou no alvo.

Os problemas começam atrás. O time sente a ausência de Samuel Xavier, jogador seguro para sair da pressão adversária e agudo no ataque. Depois, com a saída de Nino. O zagueiro tinha função importante na hora de liberar espaço e fazer passes verticais ao ataque. Como o Flu ainda não buscou um substituto à altura, tem sofrido.

Entre as consequências visíveis, a necessidade de improvisar Thiago Santos, um jogador de forte poder de combate, mas que peca na saída de bola. Exposto a esse risco, foi expulso no jogo passado. Outro que sempre entra na posição é André — o que deve acontecer hoje desde o começo. Quando nada dá certo, o resultado é uma equipe que empaca em toques horizontais e precisa apelar para as bolas longas.

— Ainda existem variações, mas reconheço que elas faltam ao se enfrentar dificuldades na primeira fase de construção. Quando o adversário consegue pressionar de maneira eficiente, o Fluminense fica “encaixotado” e não tem plano B. As características dos jogadores do time titular não favorecem um jogo de bola longa. A tendência é bater e voltar. Isso acaba limitando muito o jogo — opina Renan Reis, analista de desempenho pela Associação de Treinadores do Futebol Argentino (ATFA).

O tricolor é um time de bola no chão, que sofre ao ser muito pressionado no começo da fase ofensiva. Como observa Reis, o Flamengo — e outras equipes que têm se preparado para enfrentar Diniz — tenta a anular a superioridade numérica na frente e busca fazer faltas que atrapalham esse desenvolvimento.

Tudo ou nada

Dos oito reforços contratados para 2024, nenhum ainda conseguiu se firmar no time, o que é natural para um esquema complexo e que requer tempo para assimilação. Quem mais vem recebendo minutos em campo é Renato Augusto, personagem de uma teórica disputa por posição com Ganso, mas que Diniz desfez ao escalar ambos juntos, opção com muito potencial de criação mas que enfraquece a parte defensiva. Sem o camisa 10 nesta partida, o novo meia tricolor terá a responsabilidade em uma função mais conhecida.

— Acredito que é uma questão de tempo. O time titular ainda não completou dois meses de trabalho. Com a evolução da parte física, a tendência é que a parte técnica acompanhe e as coisas comecem a acontecer — pontua Reis.

O caminho para o Fluminense, com John Kennedy e companhia, será ir para o tudo ou nada, incendiando a partida desde o começo, para conseguir uma virada parecida com a da final do Carioca do ano passado. Naquele 4 a 1 que decretou o bicampeonato, a equipe foi implacável do início ao fim dos 90 minutos. Ainda buscando a primeira grande partida no ano, o herói da Libertadores tem características de força e mobilidade que podem oferecer dificuldades ao Flamengo. Ao lado de Jhon Arias, é a esperança para uma virada improvável.

— É preciso que o time entre com essa mesma intensidade, organização e vontade. Veremos um Fluminense que buscará assumir o protagonismo do jogo, marcando o Flamengo lá em cima, pressionando e sendo mais competitivo nos duelos. Acredito que o sucesso do Flu passará pelos pés de John Kennedy. O atacante dará mais opções ao ataque tricolor e tem as ferramentas necessárias para colocar fogo na partida — finaliza o analista.


Fonte: O GLOBO

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